
Dissociação da realidade, controle do pensamento, perda da noção de propriedade, perda do sentido próprio das coisas através da continua e invasiva vigilância dos que estão no controle... O statu quo é alterado de forma que tudo e todos são controlados para um único fim: a submissão ao Estado. Assim, o escritor George Orwell em sua obra mais famosa define o conceito conhecido hoje como Big Brother, utilizado muito bem no Brasil para definir um reality show de grande sucesso (lucro).
O engraçado é que fora da televisão o Big Brother continua, não numa tentativa de nivelar a sociedade com pretexto distorcido de igualdade, como Orwell um dia imaginou em seu romance. O fato é que a democracia na pessoa do Estado associada ao capitalismo busca seus próprios interesses, materializado nos casos de favorecimento em todas as esferas do poder público. Nesse contexto a desigualdade vira lei em algum lugar não tão distante de nós, onde há o claro interesse em manter a população ignorante e alienada para assim continuar surrupiando recursos que se empregados corretamente garantiriam o bem estar do povo. Iludidos, como se tivéssemos nossos pensamentos controlados estamos nós, que escândalo após escândalo perdemos a perplexidade, pois já é tão natural tudo acabar na tradicional pizza, o que não é mérito apenas nacional, pois o mundo tem “Estados” assim.
"1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. O livro foi escrito em "1948", mas ainda hoje com todos os rumos que a sociedade tomou nos faz pensar um pouco melhor sobre as relações interpessoais/ politicas que nos cercam e por vezes dominam.

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