
Nós, católicos, somos acusados de adorar imagens e de sermos idólatras. Quantos de nós já passaram por situações embaraçosas quando irmãos não católicos nos fazem estas acusações; e quando desconhecemos o ensinamento da nossa Igreja a este respeito ficamos reféns das críticas.
Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos santos e dos anjos para que fossem veneradas. Isso fica evidenciado quando analisamos as catacumbas e as igrejas de Roma dos primeiros séculos. Confira ao lado um fragmento retirado da catacumba de Priscila, em Roma, do século III – trata-se da mais antiga imagem da Virgem Maria de que se tem notícia.
Será que os primeiros cristãos foram idólatras por cultuarem essas imagens? De forma alguma! Precisamos aprender aquilo que professamos. O católico não adora imagens. O católico venera os santos. Existe uma diferença entre adoração e veneração.
- Adorar: Prestar culto;
- Venerar: Reverenciar, fazer memória.
A adoração ocorre quando existe um culto no qual existe um sacrifício. Várias passagens bíblicas mostram pessoas que adoravam imagens e ofereciam animais em sacrifício para elas. Os judeus, que adoravam o Deus Verdadeiro, ofereciam animais em sacrifício a Deus. Ao morrer por nós, na Cruz, Jesus se ofereceu em sacrifício por nós e tornou-se o “Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. Na santa Missa nós renovamos este sacrifício, porém sem derramamento de sangue. E quando adoramos o Santíssimo Sacramento, adoramos o próprio Corpo de Cristo!
Já a veneração é um ato de admiração, respeito e amor que podemos ter não só para com Deus, mas também por nossos pais, por um santo e por Maria. Assim como a criança que faz vários elogios aos pais para conseguir destes o que deseja, nós veneramos os santos buscando, pela intercessão deles junto a Deus, alcançar as graças necessárias.
Vale a pena recordarmos o comentário dos cristãos da comunidade de Esmirna, por volta do ano 160 d.C., a respeito da ignorância dos judeus sobre a diferença entre a adoração prestada a Jesus Cristo e a veneração aos santos:
“Ignoravam eles que não poderíamos jamais abandonar Cristo, que sofreu pela salvação de todos aqueles que são salvos no mundo, como inocente em favor dos pecadores, nem prestamos culto a outro. Nós o adoramos porque é o Filho de Deus. Quanto aos mártires, nós os amamos justamente como discípulos e imitadores do Senhor, por causa da incomparável devoção que tinham para com seu rei e mestre. Pudéssemos nós também ser seus companheiros e condiscípulos!” (Martírio de Policarpo 17:2 +- 160 D.C).
E quanto às imagens?
É importante dizer que Deus nunca nos proibiu de fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens, e isto Deus proibia terminantemente; mas fabricar imagens era permitido: prova disso é que o Altíssimo ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois querubins para que fossem colocados sobre a Arca da Aliança (cf. Ex 25, 18s).
Assim como fotografamos alguém e guardamos aquela foto com carinho, desde o século I os cristãos reproduziam imagens, desenhos e estátuas para recordar e fazer memória a pessoas amadas, especialmente daqueles homens e mulheres que viveram a radicalidade da fé: os santos, que foram capazes de viver a radicalidade de sua fé até o fim – muitas vezes, até o martírio.
Se não podemos venerar essas imagens, também é idolatria ter fotografias de pessoas que já se foram!
Nós, católicos, não podemos ter medo de venerar os santos e de ter imagens deles em nossas casas para lembrarmos de suas virtudes e do amor deles por Jesus Cristo, e para pedirmos intercessão junto a Deus.
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Desde a sua origem, há dois mil anos, a Igreja cultua os Santos e invoca a sua intercessão. É uma prática confirmada e aprovada pela Sagrada Escritura, pela Sagrada Tradição e pelo Sagrado Magistério, em todos os tempos.
Da mesma forma as Imagens e as Relíquias dos Santos têm um grande valor nem sempre conhecido pelos católicos.
Por não conhecer a profundidade desse mistério muitos cristãos deixam de ser beneficiados pelos "moradores do céu".
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